A Gripe Espanhola foi uma pandemia mundial que aconteceu entre 1918 e 1920, no contexto da Primeira Guerra Mundial. Causada pelo vírus Influenza A (H1N1), a doença espalhou-se rapidamente e ficou marcada como uma das maiores tragédias sanitárias da história.
Estima-se que a pandemia de 1918 tenha causado entre 17 milhões e 50 milhões de mortes, podendo chegar a 100 milhões, atingindo cerca de um terço da população mundial.
A pandemia da Gripe Espanhola ocorreu em três momentos principais:
Primeira onda (primavera de 1918): sintomas semelhantes a uma gripe comum.
Segunda onda (outono de 1918): a mais letal, responsável pela maioria das mortes. Pacientes apresentavam febre alta, dificuldade respiratória e pneumonia fulminante.
Terceira onda (início de 1919): menos agressiva, mas ainda fatal em muitos países.
O Brasil também foi duramente atingido pela pandemia de 1918:
O vírus chegou pelos portos de Recife e do Rio de Janeiro.
O país registrou cerca de 35 mil mortes.
O presidente eleito Rodrigues Alves faleceu vítima da doença antes de assumir o cargo em 1919.
Hospitais entraram em colapso, escolas foram fechadas e o transporte público paralisado.
A falta de infraestrutura sanitária agravou os efeitos da pandemia no território brasileiro.
Sem vacinas ou antivirais, as medidas contra a Gripe Espanhola eram baseadas em isolamento e higiene. Algumas cidades adotaram:
Uso de máscaras de gaze;
Fechamento de escolas, igrejas e cinemas;
Restrições a aglomerações;
Campanhas de higiene e desinfecção de espaços públicos.
Apesar dos esforços, a falta de conhecimento científico dificultou a contenção da pandemia.
A pandemia de 1918 não só matou milhões de pessoas, mas também deixou marcas profundas na sociedade:
Acelerou a criação de sistemas de saúde pública em diversos países;
Incentivou a pesquisa científica em epidemiologia e virologia;
Mostrou a importância da transparência na comunicação em tempos de crise, já que a censura de países em guerra dificultou o combate ao vírus.
A Gripe Espanhola e a COVID-19 compartilham características em comum: rápida disseminação, impacto econômico e mudanças no cotidiano. Mas existem diferenças importantes:
Em 1918, não havia vacinas nem antibióticos;
Em 2020, a ciência conseguiu desenvolver vacinas em tempo recorde;
A comunicação global hoje permite ações mais coordenadas, algo impossível em 1918.