A principal pergunta que sempre pairou sobre a missão de Laika é: os cientistas sabiam que ela não voltaria? A resposta curta e triste é sim. A tecnologia da época não permitia o retorno seguro da nave. A ideia da missão era provar que um ser vivo poderia sobreviver ao lançamento e à órbita da Terra, abrindo caminho para futuras missões humanas. O Sputnik 2 não tinha um escudo térmico, um sistema de paraquedas ou qualquer mecanismo para o reingresso na atmosfera. Laika foi enviada com a intenção de não retornar. A equipe sabia que, no máximo, ela viveria por cerca de uma semana, até que o suprimento de oxigênio acabasse.
A falta de um plano de retorno foi um ponto de grande controvérsia e tristeza, mesmo entre os cientistas envolvidos. Eles se apegaram a Laika durante o treinamento. Vladimir Yazdovsky, um dos cientistas da missão, chegou a levar a cadela para brincar com seus filhos em casa antes do lançamento, como um último gesto de carinho.