Os Manuscritos do Mar Morto são uma coleção de quase mil textos, escritos principalmente em hebraico, aramaico e grego. Eles podem ser divididos em três grandes grupos:
Textos Bíblicos: Cerca de 200 manuscritos contêm cópias de todos os livros da Bíblia Hebraica (o Antigo Testamento cristão), com exceção do Livro de Ester. Essa é a cópia mais antiga conhecida de livros bíblicos, anterior em cerca de mil anos às versões que tínhamos antes da descoberta. Essa revelação permitiu aos estudiosos comparar as versões e confirmar a notável precisão da tradição textual.
Textos Apócrifos e Pseudepígrafos: Esses manuscritos incluem livros que não foram incluídos no cânone bíblico, como o Livro de Tobias e o Livro de Enoque. Eles fornecem uma visão fascinante de outras tradições e crenças judaicas que existiam na época.
Textos Sectários: A maior parte dos manuscritos são textos que detalham as regras, crenças e costumes de uma comunidade religiosa que se acredita ter sido os essênios, um grupo ascético que vivia em Qumran, a cidade próxima às cavernas onde os pergaminhos foram encontrados. Esses textos oferecem uma rara janela para a vida diária e a teologia dessa seita, mostrando sua dedicação a uma vida de pureza e estudo das escrituras.
Eles mudaram a visão sobre a Bíblia: A descoberta dos manuscritos bíblicos comprovou a fidelidade com que os textos sagrados foram copiados e transmitidos ao longo dos séculos. As pequenas variações encontradas são mínimas, reforçando a confiabilidade do texto bíblico.
Eles iluminaram as origens do cristianismo: Embora os manuscritos sejam judaicos e não cristãos, eles fornecem um contexto vital para a época de Jesus. As descrições dos essênios e de suas práticas ajudam a entender o cenário religioso e cultural do Primeiro Século, oferecendo pistas sobre o ambiente em que o cristianismo se desenvolveu. Muitos estudiosos veem paralelos entre as crenças dos essênios e as primeiras comunidades cristãs, como o batismo e a comunhão.
Eles ofereceram uma janela para o judaísmo primitivo: Antes dessa descoberta, a nossa compreensão do judaísmo pré-rabínico era limitada. Os textos sectários revelaram a existência de uma diversidade religiosa surpreendente, mostrando que o judaísmo não era um movimento monolítico, mas sim composto por várias seitas com crenças e práticas distintas.