Na noite de 18 de maio de 1986, por volta de 18h30, controladores do aeroporto de São José dos Campos (SP) notaram pontos luminosos imóveis no céu. Pouco depois, os radares confirmaram vários alvos se movendo de maneira incomum.
Com o aumento dos relatos, a Força Aérea Brasileira (FAB) decidiu agir: ao todo, cinco caças foram decolados — dois F-5E Tiger II e três Mirage III — para tentar interceptar os objetos.
As comunicações gravadas naquela noite revelam a perplexidade dos militares. Pilotos relataram que os objetos mudavam de cor, aceleravam de forma repentina e desapareciam do radar no momento da aproximação.
Um detalhe curioso é que os alvos pareciam “responder” às manobras de interceptação, mantendo distância constante ou simplesmente sumindo quando perseguidos. Para muitos, esse comportamento indicava algum tipo de inteligência por trás dos movimentos.
A comoção foi tão grande que, apenas quatro dias depois, em 23 de maio de 1986, o Ministro da Aeronáutica, Octávio Júlio Moreira Lima, convocou uma coletiva de imprensa. Ao lado de pilotos, ele reconheceu oficialmente os eventos, afirmando que o que ocorreu “foi sério e merece investigação”.
Esse gesto, raro até mesmo em escala mundial, foi o que consagrou a expressão “Noite Oficial dos Óvnis”.
Mais de vinte anos depois, em 2009, a FAB divulgou um relatório afirmando que os fenômenos observados eram “sólidos e refletiam inteligência”.
Em 2015, o Arquivo Nacional liberou áudios e documentos originais, permitindo que qualquer pessoa ouça as comunicações entre pilotos e controladores daquela noite. Esse material se tornou fonte de estudo para ufólogos, jornalistas e curiosos.
Apesar do reconhecimento oficial, o caso continua sem solução definitiva. Entre as hipóteses levantadas estão:
Fenômenos atmosféricos, como inversão térmica, capazes de gerar ecos falsos de radar.
Confusão astronômica, com planetas brilhantes ou meteoros sendo interpretados como objetos voadores.
Aeronaves convencionais ou tráfego aéreo não identificado.
Porém, nenhuma dessas explicações conseguiu dar conta de todos os relatos e registros — especialmente a combinação de múltiplos radares e perseguições documentadas.
O Brasil não está sozinho quando o assunto são avistamentos oficiais. Casos semelhantes ocorreram em outros países:
Caso Mantell (EUA, 1948) — um piloto morreu tentando interceptar um objeto não identificado.
Encontro de Teerã (Irã, 1976) — caças iranianos perderam sistemas ao se aproximar de luzes misteriosas.
Fenômeno de Phoenix (EUA, 1997) — milhares de pessoas observaram formações luminosas no Arizona.
A diferença é que, no Brasil, houve uma admissão oficial em alto nível, algo raro no mundo todo.
Escala sem precedentes — envolveu pilotos, radares e defesa aérea em diferentes regiões.
Reconhecimento institucional — um ministro da Aeronáutica admitiu publicamente o ocorrido.
Disponibilidade de arquivos — documentos e áudios foram liberados para consulta pública.